
Quem é pai, ou lida mais frequentemente com crianças, já assistiu muitas vezes a esta cena. Estão todas a brincar, mas de repente alguma faz uma asneira. Gera-se uma grande confusão, e lá vai o adulto.
Quando perguntamos quem foi que fez asneira, normalmente temos duas respostas possíveis: o silêncio geral, ninguém foi, ninguém é culpado; ou a acusação mútua, a culpa não é minha é dele. Diria até que pôr a culpa nos outros é a reação mais frequente.
Mas os adultos não costumam ser melhores.
Alguém fez asneira no trabalho. “Eu só fiz isso assim, porque o meu colega já tinha feito antes”. Alguém vai a conduzir e infringe o código da estrada. “Eu só fiz isso porque o outro vinha colado a mim, ou estava mal estacionado, ou não viu o sinal…”. Nunca somos nós os responsáveis pelos nossos erros. Lá está, pôr a culpa nos outros é a reação mais frequente. E se pensarmos bem, também é a mais fácil.
Adão e Eva
Mas este comportamento já vem de longe. Lá bem desde o princípio. O que fizeram Adão e Eva no jardim do Éden?
Deus criou todas as coisas, incluindo o homem, e deu-lhe uma ordem: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gênesis 2: 16-17)
Mas Adão e Eva cumpriram essa ordem? “Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” (Gênesis 3: 1)
A serpente com astúcia, inicia o diálogo para colocar a dúvida no coração da mulher.
“E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas, do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais.” (Gênesis 3: 2-3)
E a serpente continua o seu trabalho: “Então, a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerdes, se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” (Gênesis 3: 4-5)
A vontade de Eva ser como Deus, a sua cobiça, levou-a a desobedecer à ordem clara e direta de Deus. “E, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela.” (Gênesis 3: 6)
Eva tomou o fruto, comeu, e deu-o também a Adão, que comeu com ela. Ambos comeram, ambos desobedeceram a Deus. O mal estava feito.
“Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si.” (Gênesis 3: 7)
Depois deste acontecimento, Deus veio ter com Adão e Eva.
“E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
E chamou o Senhor Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me.
E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?” (Gênesis 3: 8-11)
À pergunta direta de Deus, “Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses?“, qual foi a resposta de Adão? Assumiu a sua culpa? Não, tentou pôr a culpa na mulher. “Então, disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.” (Gênesis 3: 12)
Mas e a mulher, teve uma atitude diferente? Decidiu assumir a responsabilidade da sua desobediência? “E disse o Senhor Deus à mulher: Por que fizeste isso? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.” (Gênesis 3: 13) Ela disse que a serpente a enganou. A culpa também não era dela, era da serpente.
Independentemente da culpa não assumida, o seu pecado teve consequências claras e visíveis para ambos. A comunhão que inicialmente tinham com o seu Criador fora quebrada e o Senhor os lançou fora do jardim do Éden. O homem, que não tinha sido criado para morrer, ficaria agora sujeito à morte.
E nós?
Quando questionados por Deus acerca da nossa culpa, do nosso pecado, qual é a nossa reação? Também dizemos que não temos nada a ver com isso? Que Adão e Eva fizeram asneira lá no jardim, que a culpa é deles, e que não temos responsabilidade nisso? Será isso verdade?
A Bíblia diz-nos que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3: 23)
Por um homem entrou o pecado no mundo, mas todos pecaram sem exceção. E tal como Adão morreu, todos estão agora mortos em seus delitos e pecados.
“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.” (Romanos 5:12)
Então qual é a saída para esta situação, como é possível libertar-nos desta culpa? A resposta é simples: aceitar que Jesus morreu na cruz para nos salvar, pecadores perdidos, e ressuscitou, vencendo a morte, para também nos levar para a vida. Jesus recebeu o nosso castigo, para que pudéssemos ficar livres da consequência do nosso pecado. Esta foi a solução que Deus nos deu, o Seu Filho.
“Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos.” (Romanos 5: 17-19)
Sim, independentemente da culpa não assumida, o homem pecou. Tu pecaste. E o pecado tem consequências, a separação de Deus. Mas Deus tinha preparado um plano em Jesus, para restaurar a união que inicialmente existia, antes do pecado. Jesus é a solução que Deus te dá.
“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim.” (João 14: 6)
Por isso, rende-te a Jesus. Ele é o único caminho para a salvação. O único caminho para a libertação da culpa, que é individual. Não é de Adão, da família, do amigo ou do vizinho. É tua!
Crédito de imagem: Philippe Bourhis