
“O Senhor, teu Deus, te suscitará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás,” (Deuteronômio 18:15)
Foram estas as palavras de Moisés, que o Senhor lhe tinha pedido que transmitisse ao povo de Israel. Palavras que ficaram registadas para as gerações futuras. Palavras que permitiriam ao povo reconhecer o Profeta quando Ele chegasse.
Assim o Senhor lhe tinha dito: “Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que Eu lhe ordenar. De todo aquele que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome, disso lhe pedirei contas.” (Deuteronômio 18:18-19)
Assim ele seria, um profeta nascido do meio do povo de Israel, do meio de seus irmãos. Um profeta semelhante a Moisés. Um profeta a quem deveriam ouvir.
Tanto o Antigo (Deuteronômio 34: 10-12) como o Novo Testamento (Atos 3: 22-23; 7: 37) interpretam esta passagem como uma referência ao Messias que haveria de vir e que, tal como Moisés, receberia e pregaria revelação divina e guiaria o Seu povo (ver também João 1: 19-25; 43-45; 6: 14; 7: 40).
Na verdade, Jesus foi semelhante a Moisés em muitos outros aspetos:
- Teve a vida poupada quando criança (Mateus 2: 13-23; Êxodo 2);
- Renunciou à corte real (Filipenses 2: 5-8; Hebreus 11: 24-27);
- Operou inúmeros sinais que confirmavam a sua palavra (João 10: 25, 38 e João 14: 11; Êxodo 4: 1-17 e 29-31);
- Teve compaixão do seu povo (Mateus 9: 36; Números 27: 17);
- Intercedeu pelo povo (Hebreus 7: 25; Deuteronômio 9: 18);
- Falou com Deus face a face (2 Coríntios 3: 7-8; Êxodo 34: 29-30);
- E, Foi mediador de uma aliança (Hebreus 8: 6-7; Deuteronômio 29: 1).
Mas apesar das muitas semelhanças a Moisés, Jesus é bem mais elevado. Ele é o Filho de Deus, e tem de ser identificado e reconhecido como tal. E nada melhor que Deus Pai para distingui-Lo, e exaltá-Lo.
Um dos episódios mais marcantes, em que tal se verificou, foi no da transfiguração de Jesus, descrito nos evangelhos (Mateus 17: 1-8; Marcos 9: 2-8; Lucas 9: 28-36). E curiosamente tanto Moisés, como o profeta Elias, estiveram presentes.
Jesus subiu a um alto monte com Pedro, Tiago e João com o propósito de orar, e transfigurou-se diante deles. “as suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro na terra as poderia alvejar.” (Marcos 9: 3) Moisés e Elias apareceram, e falavam com Ele.
Perante toda esta maravilha, Pedro dispõe-se para preparar três tendas, uma para cada um. Mas ao fazer isso, falha redondamente, pois coloca Moisés e Elias no mesmo patamar de Jesus. Jesus era o Cristo, era Aquele para quem tanto Moisés como Elias haviam apontado. Por isso, o Pai o interrompe, enquanto ainda falava, apontando apenas para Jesus, dizendo: “Este é o Meu Filho, o Meu Eleito; a Ele ouvi.” (Lucas 9: 35)
O foco deveria ser apenas Jesus. A Ele ouvi.
Moisés disse ao povo que o profeta que viria deveria ser ouvido. Deus identifica-o como sendo Seu Filho, Seu Eleito. A Quem deveriam ouvir.
Este episódio foi tão marcante para Pedro, que ele fala sobre ele na sua epístola, escrevendo o seguinte:
“Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares da sua majestade,
pois ele recebeu, da parte de Deus Pai, honra e glória, quando pela Glória Excelsa lhe foi enviada a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.
Ora, esta voz, vinda do céu, nós a ouvimos quando estávamos com ele no monte santo.
Temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração,” (2 Pedro 1:16-19)
Jesus é o Messias, o Profeta prometido. Aquele por quem esperávamos.
Obedeçamos, pois, a Deus Pai. Ouçamos a Cristo Jesus, o nosso Salvador e Redentor. Aquele por quem nos foi oferecido perdão e remissão dos nossos pecados (Romanos 5: 19-21).
A JESUS seja dada glória, hoje e sempre!
“Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas, tendo-se tornado tão superior aos anjos quanto herdou mais excelente nome do que eles.” (Hebreus 1: 1-4)
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