
“O sacrifício dos perversos é abominável ao Senhor, mas a oração dos retos é o seu contentamento.” (Provérbios 15: 8)
O Senhor não se agrada de quem O adora de forma errada. Mesmo que a maneira exterior possa ser a correta, aquela que foi ordenada por Deus, Ele olha para o interior do Homem, para o seu coração – “(…) porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração.” (1 Samuel 16: 7b) – e se o coração não estiver conforme à Sua vontade, tudo o mais que façamos não tem significado para Ele.
Podemos ver o exemplo do povo de Israel na altura do ministério do profeta Isaías.
Apesar de continuar a cultuar e a cumprir as instruções dadas por Deus para os sacrifícios e restantes festas e celebrações, o coração do povo não estava neles. Tudo aquilo não passava de um cerimonialismo vazio. Era um culto ritual e sem valor, porque o seu coração não estava limpo aos olhos de Deus. Eles não eram obedientes à Sua vontade e as suas más ações mostravam a perversão do seu coração.
Vejamos o texto: “De que me serve a Mim a multidão de vossos sacrifícios? — diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados e não Me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes.” (Isaías 1: 11)
Por muitos sacrifícios que fizessem nas celebrações ao Senhor, no seu viver diário eram desobedientes e não seguiam as Suas leis. Deus dá mais valor à obediência aos Seus mandamentos do que a cerimónias praticadas com o coração corrompido.
“Quando vindes para comparecer perante Mim, quem vos requereu o só pisardes os Meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para Mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniquidade associada ao ajuntamento solene. As vossas Festas da Lua Nova e as vossas solenidades, a Minha alma as aborrece; já Me são pesadas; estou cansado de as sofrer.” (Isaías 1: 12-14)
Ir à casa de Deus não é só pisar os Seus átrios, não é só levar a oferta ou cantar hinos de louvor. Temos que nos apresentar perante Deus com um coração puro e obediente à Sua vontade, ou o nosso culto não Lhe será agradável. Ele vai aborrecê-lo, vai dizer-nos que está cansado de o sofrer!
No tempo de Isaías, até as orações que eles faziam, não eram ouvidas por Deus por causa deste estado de pecado em que viviam. Deus rejeitava-os, estava farto da forma de adorar do Seu povo. “Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.” (Isaías 1: 15)
Mas há uma solução para este estado de coisas. O Deus de imensa graça e misericórdia, não se limita a apontar o nosso erro, mas também nos mostra como fazer para o corrigir.
Seguindo no texto de Isaías, Deus apresenta-nos a solução: “Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas.” (Isaías 1: 16-17)
É preciso acabar com o mal e começar a fazer o bem. Este é um resultado prático de um coração que faz a vontade de Deus e obedece aos Seus mandamentos. É necessário arrependimento e confissão dos pecados ao nosso Deus. É necessária obediência e fidelidade ao Seu nome. É necessária vida prática com Cristo. Lavai-vos e purificai-vos, tirai a maldade, mas logo a seguir, fazei o bem.
Também no Salmo 51 vemos qual o sacrifício agradável a Deus. Este é um salmo de Davi, de confissão e arrependimento após o seu pecado com Bate-Seba. Aí diz que Deus não se agrada de sacrifícios rituais sem arrependimento genuíno. O sacrifício só é aceite por Deus com uma atitude correta do coração – cheio de pesar pelo pecado cometido e cheio de arrependimento.
“Pois não Te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu Tos daria; e não Te agradas de holocaustos. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.” (Salmos 51: 16-17)
Hoje já não fazemos sacrifícios, porque o nosso Senhor Jesus Cristo já veio a este mundo, e o fez por nós de uma vez por todas (Hebreus 9: 26). Mas temos os nossos cultos e a nossa vida diária, que deve ser de entrega e de serviço a Ele.
“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.” (Romanos 12: 1)
Como estamos nós a prestar culto ao nosso Deus? Será que se pode comparar em alguma coisa ao que estava a fazer o Seu povo no passado?
No nosso dia-a-dia, estamos a servi-Lo e a adorá-Lo como Ele deseja? Tentamos ser-Lhe fiéis e cumprir os Seus mandamentos, ou temos uma postura de rebeldia?
Quando participamos nos cultos e outras atividades da Igreja, é apenas o nosso corpo físico que está presente, ou estamos lá também de coração?
“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do Senhor.” (Salmos 122: 1). É isto que se passa connosco? Temos desejo, gozo genuíno em ir à Casa do Senhor e adorá-Lo com os nossos irmãos?
Respondamos positivamente ao apelo do Senhor. Vamos abandonar os nossos pecados, pedir-Lhe perdão e chegar-nos a Ele com coração contrito. Vamos obedecer aos Seus mandamentos! E aí sim, Deus vai agradar-se do nosso culto e da nossa adoração, e vai ouvir as nossas orações.
“Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal. Aprendei a fazer o bem; (…).” (Isaías 1: 16-17)
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