
Estamos outra vez naquela época do ano onde se convencionou comemorar o Natal. Embora para muitos esta festa se tenha tornado secular, como se fosse a festa da família, da paz e do amor, dos presentes…, o verdadeiro Natal é o nascimento milagroso de Jesus Cristo neste mundo.
Já muito se disse acerca deste nascimento e da sua extrema importância no plano de salvação de Deus para o Homem. Nesta altura gostaríamos de refletir e destacar alguns pontos no relato de Lucas acerca do nascimento de Jesus. O registo está no evangelho de Lucas 2: 1-20.
Soberania e fidelidade de Deus
“Naqueles dias, foi publicado um decreto de César Augusto, convocando toda a população do império para recensear-se. Este, o primeiro recenseamento, foi feito quando Quirino era governador da Síria. Todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade. José também subiu da Galileia, da cidade de Nazaré, para a Judeia, à cidade de Davi, chamada Belém, por ser ele da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.” (Lucas 2: 1-5)
Estava anunciado desde muito tempo antes, cerca de 700 anos, que Jesus, o Salvador, havia de nascer em Belém: “E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” (Miquéias 5:2)
Mas José e Maria não moravam lá. Moravam em Nazaré, na Galileia, a cerca de 112 km a norte de Belém.
De modo a cumprir o Seu propósito, Deus, na Sua soberania, moveu o coração de um Imperador Romano e de um Governador, para que tivessem o desejo de fazer um recenseamento, em que todos os do seu império tinham que ir à sua respetiva cidade. E isso “obrigou” a que precisamente na altura em que Maria estava no fim da sua gravidez, o casal tivesse que ir a Belém.
Uma ordem para todo o Império, destinou-se a mover um simples casal por 112 km, de Nazaré a Belém, de modo a cumprir o propósito do Senhor. Que o Messias, o Cristo, nascesse em Belém.
Não admira que Maria, no seu cântico, declamasse maravilhada da bondade de Deus, pelo reconhecimento que Ele olhava para os simples e humildes da Terra, e deles fazia nascer Aquele que iria ser verdadeiramente Rei, e que com toda a autoridade iria ser colocado no trono.
“A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador, porque contemplou na humildade da sua serva (…) Agiu com o seu braço valorosamente; dispersou os que, no coração, alimentavam pensamentos soberbos. Derribou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes.” (Lucas 1: 46-48; 51-52)
Mais uma vez, temos aqui um exemplo da fidelidade de Deus no cumprimento das Suas promessas. Tantas e tantas vezes na Sua Palavra, vemos Deus a anunciar e prometer coisas que no limitado entendimento humano parecem impossíveis. E, de todas essas vezes, Ele faz exatamente o que anunciou e prometeu.
Deus é soberano e fiel, e cuida dos Seus. Ainda hoje, Ele está sentado no Seu trono de Graça a mover corações, para o bem dos Seus filhos.
Plano de Deus
“Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, e ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.” (Lucas 2: 6-7)
Porque motivo não havia lugar para eles na hospedaria? O Deus soberano, que moveu o coração do Imperador de Roma, o homem mais poderoso de então, não podia ter arranjado um lugar na hospedaria para o Seu Filho nascer?
Claro que podia!
E Jesus também podia ter nascido numa família rica. Ou podia ter transformado pedras em pão, para não passar fome durante a tentação no deserto. Ou podia ter descido da cruz para se salvar a si mesmo da morte.
Mas não era esse o Seu plano.
O milagre da encarnação de Deus em forma humana escapa completamente à nossa compreensão, mas a forma como isso aconteceu é ainda mais extraordinária. O Senhor dispensa privilégios e mordomias desde o primeiro momento. Nasce, desde logo, em condições precárias, como que para mostrar a Sua total identificação com a humanidade e com o sofrimento.
“não havia lugar para eles (…)” Tal como para nós não havia lugar no céu, pelos nossos pecados. Deus é Santo e não tem qualquer comunhão com o pecado.
“as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu rosto de vós, para que vos não ouça.” (Isaías 59: 2)
Mas Deus ama-nos. E deseja que esta separação seja aniquilada, através da Sua justiça. (João 3: 16)
Jesus veio ao mundo com um objetivo: para perto do fim do Seu ministério terreno morrer na cruz pelos nossos pecados, como sacrifício completo e perfeito (Hebreus 10: 10). Deus sabia que o que precisávamos era de um Salvador, e por isso enviou o Seu Filho para ser o nosso Salvador.
O Natal é por isso uma lição suprema de amor sacrificial, em que o Deus Todo-Poderoso vem ao mundo, não como um herói ou um rei político, mas como um bebé indefeso e dependente.
Este amor deve ser sempre motivo para o nosso louvor!
Paz na terra entre os homens, a quem Deus quer bem
“Havia, naquela mesma região, pastores que viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite. E um anjo do Senhor desceu aonde eles estavam, e a glória do Senhor brilhou ao redor deles; e ficaram tomados de grande temor. O anjo, porém, lhes disse: Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura. E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.” (Lucas 2: 8-14)
Deste trecho da Palavra, destacamos uma expressão usada no louvor dos anjos: “paz na terra entre os homens”.
Mas para quem é esta paz? “(…) paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.” Paz entre os homens sobre quem o favor de Deus está, e como sabemos “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hebreus 11: 6)
Então o Natal, o nascimento de Cristo, não traz paz a todos, e sim a todos os que creram e creriam Nele, pela Graça de Deus.
Lemos em João 1: 11-12 que Jesus: “Veio para o que era Seu, e os Seus não O receberam. Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no Seu nome;”
Os que pela Sua Graça creem no Seu nome, são feitos filhos de Deus e têm paz com Ele. (Romanos 5: 1)
Para experimentar esta paz no coração é preciso reconhecer Jesus no Natal. E que o Natal é o nascimento de Jesus no coração dos que creem Nele.
Adoração e divulgação
“E, ausentando-se deles os anjos para o céu, diziam os pastores uns aos outros: Vamos até Belém e vejamos os acontecimentos que o Senhor nos deu a conhecer. Foram apressadamente e acharam Maria e José e a criança deitada na manjedoura. E, vendo-o, divulgaram o que lhes tinha sido dito a respeito deste menino. Todos os que ouviram se admiraram das coisas referidas pelos pastores. Maria, porém, guardava todas estas palavras, meditando-as no coração. Voltaram, então, os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora anunciado.” (Lucas 2: 15-20)
Vemos no comportamento dos pastores adoração e louvor a Deus, e vemos também divulgação dos acontecimentos que viram e viveram. Isto deve ser um exemplo para nós hoje.
Com um conhecimento ainda maior do que realmente se passou, e do que representou para a Humanidade, devemos louvar a Deus por isso. O Filho de Deus veio até nós, em forma humana, e viveu como nós, para em tudo se identificar com aqueles que veio salvar.
O Homem estava separado de Deus devido à desobediência de Adão (Romanos 5: 12), mas Deus concebeu um plano de restauração maravilhoso. O Seu Filho veio, para que aqueles que O recebem no seu coração possam voltar a estar junto de Deus, nos méritos de Jesus.
Isto é uma excelente notícia que temos que divulgar!
O Natal é tempo de adoração a Deus pela obra que Ele fez por nós, por isso a nossa alegria e atenção devem estar em Jesus, a maior dádiva que a Humanidade já recebeu. As festas com a família são importantes, mas devem estar sempre focadas Naquele que é o centro da comemoração.
No Natal, Jesus veio nascer neste mundo. Mas não nos podemos esquecer que na vida de cada pessoa, só será verdadeiramente Natal depois de Ele nascer no seu coração, e passar a ser o seu Salvador e Senhor. Se isso ainda não aconteceu no seu coração, o nosso apelo é para que seja agora.
E para quem já O recebeu, o apelo é para que possa transmitir esta grande mensagem, esta boa-nova, a quem ainda não O conhece!
Festas felizes, com Jesus no coração!
“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo o que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3: 16)
Crédito de imagem: freestocks